Irmão Rafael Jácome
Hoje eu recordei as aulas do Pe. Gino, um italiano muito coerente e temente de Deus. Sempre falava da Autoconsciência de Jesus. Para ele, somente palavras e ações são capazes de testemunhar em favor da consciência de alguém e concluía afirmando: “A igreja, o cristianismo ainda existem porque Cristo existiu”. Destacava que a igreja que perdura historicamente deve ter seu alicerce na história do seu fundador.
Na psicologia a consciência é medida em termos de tudo o que você pode dizer a respeito de sua própria experiência em determinado momento. Em termos práticos é quem tem conhecimento da sua própria existência e na sua percepção do momento presente.
A sua firmeza partia do pressuposto que a igreja primitiva havia escrito os 4 evangelhos para anunciar as boas novas. Escrevia a vida de Jesus, o seu próprio testemunho de vida. Lucas justificava em seu evangelho: “Para que tenhas plena certeza das verdades em que fostes instruído.” (Lc 1.4) Encontramos em João o objetivo do seu evangelho: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creias que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (Jo 20.30-31)
Pe. Gino deixava claro que a partir do batismo no rio Jordão, os doze apóstolos estavam sempre ao lado de Jesus tornando-se testemunhas e, portanto, respeitados e ouvidos. Foram eles que escreveram fielmente sobre a sua vida, conheceram-lhe a mentalidade, as aspirações e esperanças e, de “viva voz” suas palavras,... Como está escrito: “e nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na terra dos judeus e em Jerusalém; ao qual também tiraram a vida, pendurando-o no madeiro.” (At 10.39) Em João encontramos a grandeza do Senhor: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.”(Jo 1.3) Ou ainda: “e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio.” (Jo 15.27).
Lendo uma das suas apostilas, Pe. Gino expressava que era bobagem colocar em questão a figura de Jesus: “pois ele possuía a consciência clara de sua origem divina, de sua missão terrena, de sua morte redentora e da sua glorificação”. Citava Dn 7.13-14 “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem. O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
Jesus assumiu a imagem aqui encontrada, isto é, a autoconsciência em viver e constituir esta personalidade e esta missão.
DEUS É FIEL! Rafael Jácome