terça-feira, 9 de novembro de 2010

A AUTOCONSCIÊNCIA DE JESUS E O DIVINO

Irmão Rafael Jácome

          Nos escritos sobre a questão da Autoconsciência de Jesus, destacamos o papel da Igreja Primitiva e da aceitação e do amor a Cristo em virtude de suas palavras e ações e não devido a um sistema ético ou místico de que ele era o centro. Jesus de fato era consciente de sua missão e os apóstolos eram suas verdadeiras testemunhas.

          Na psicologia a consciência é medida em termos de tudo o que você pode dizer a respeito de sua própria experiência em determinado momento. Em termos práticos é quem tem conhecimento da sua própria existência e na sua percepção do momento presente.

          Em diversos trechos da Bíblia Jesus utiliza as expressões EU e EU SOU como nome divino e praticamente sinônimo de Javé (Ex 3.14). A própria Igreja Apostólica intitulou a Cristo glorificado de KYRIOS, versão grega do nome divino ADONAY. Nas passagens a seguir encontramos em Jesus: o que alivia os oprimidos (Mt 11.28); o que está acima da figura do pai e da mãe (Mt 10.37); o que é presente entre dois ou três reunidos no seu nome (Mt 18.20); o que está conosco até o fim do mundo (Mt 28.19-20); é o que intercede por nós diante do Pai que está nos céus (Mt 10.32-33; Lc12.8); é ele que fala conosco (Jo 4.26; Enfim, Jesus em sua Autoconsciência e a Igreja Apostólica no anúncio das Boas Novas, apresentam o Cristo glorificado e Filho de Deus por natureza e origem.

          O próprio Jesus coloca-se acima de todos e testemunha sua grandeza no Pai (Jo 5.35); é o pão da vida (Jo 6.35); a luz do mundo (Jo 8.12); não pertence a este mundo (Jo 8.23); é o Bom Pastor (Jo 10.11); é um com o Pai (Jo 10.30); quem Nele permanece, produz muito fruto (Jo 15.5). Jesus mostra claramente que: “Eu SOU o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6).

          Uma outra característica de sua Autoconsciência e sua relação com o divino, era a utilização de expressões como “Eu porém vos digo”, “Em verdade, em verdade, EU vos digo” e coisas semelhantes, atestam o que ele sabia e o que podia.

          Por fim, o próprio Jesus definiu-se como Mestre/Rabi (Mt 23.8-11; 10.24; Jo 13.13-14); Profeta (Lc 4.24; 13.33; Jo 4.44) e Senhor (Mt 10.25; Jo 13.13.14.16), que também são títulos dados espontaneamente pelo povo, além de Filho de Davi. Enquanto que a Igreja Apostólica acrescentou outros de acentuadas cargas teológicas, como Filho do Homem, Filho de Deus ou, simplesmente, o Filho, Cordeiro de Deus, o mesmo que Servo de Javé.

DEUS É FIEL!                                                Rafael Jácome

Nenhum comentário: