Irmão Rafael Jácome A atividade capacita o crente.
São esses os graus de Consciência do homem que aceita Jesus como único e suficiente Salvador: Consciência da presença de Deus e a Consciência de Santidade.
Jesus, certo dia, transpusera o lago de Genezaré, chegando à terra de Gerasa. Vieram-lhe ao encontro dois endemoniados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho. Jesus os cura, expulsando as legiões aos quais permite entrar nos porcos e imediatamente toda a manada se precipitou com ímpeto no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas. E os pastores fugiram... Logo toda a cidade pediu para que Jesus se retirasse da terra deles (Mt 8. 28).
• Gerasa, a cidade dos criadores de porcos, não se interessava por curas e milagres, muito menos queria ouvir pregações sobre o reino de Deus;
• Viviam bem, comiam bem, tinham divertimentos – nada mais desejavam;
• Não precisavam do Messias; precisavam sim, dos porcos, da indústria rendosa da banha. Essa é que lhe garantia o bem estar na terra, com a chegada de Jesus tudo estava ameaçado de ruína;
• Podemos imaginar a consternação e perturbação naquela cidade pacata, quando explodiu como uma bomba a notícia: dois mil porcos (Mc 5.13) perdidos. Os gerasenos preferiram os porcos e os bens materiais em detrimento ao Reino de Deus.
A humanidade não pode libertar-se de Jesus. Não pode ignorá-lo. Jesus é a decisão. Depois de Cristo, o homem só se pode realizar como crente, aceitando-o como único e suficiente Salvador. Querer negar a Jesus, é negar a si mesmo, é não querer a própria realidade. Ele tem o compromisso com o pobre, com a causa da dignidade humana tanto violada. Mas a vida só tem sentido em Cristo, fora disso, fica apenas o tédio e o desespero. Não aceitando Jesus, o homem procura abafar tudo com sensações sempre novas, atividade febril e divertimento em sequência; se torna insensível com tudo que é necessário para a formação de um mundo mais justo e fraterno e de sua salvação.
Deus não exerce coação sobre o homem. Solicita-o. Quanto mais ele atender as inspirações do Espírito Santo, tanto mais livre se torna. “Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2 Co. 3,17). Se perguntarmos quais são os aspectos mais relevantes e iluminadores da verdade total de Jesus Cristo que ajudam a compreender, teologicamente, nossa realidade? A sua própria vida, que O faz para nós crentes, Boa Nova, Esperança, Salvação presente (libertação), Revelação do designo do Pai, ... Diante do amor ao pobre, cabe encontrar uma articulação entre o saber da fé e o saber da razão, na convicção de que tanto num quanto no outro se encontra o Verbo, fonte de toda a verdade, pois pelo próprio fato da criação tudo encontra Nele sua existência e consistência (Cl 1.16-17; Jo 1,3). Deus nos chama para sermos livres e a verdadeira liberdade, digamos de novo, não significa permanecer na indecisão, na ambivalência, mas realizar-se plenamente;
Respondeu-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida”. Jo 14.6. A plena realização, a santidade, consiste em aderir o homem a Deus, de tal maneira que se torne “um espírito com Ele” (1 Co 6. 17) e se deixe levar pelo Espírito para onde Ele quiser. “Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus” (Ro 8. 14); Portanto, livre é o homem que é “ele mesmo”, sem coação nenhuma. E quanto mais ele aderir a Deus, Aquele que o conhece como é e como devia ser, tanto mais ele se realizará independentemente de sua condição social, econômica e cultural.
Referências:
CARNEIRO DE ANDRADE, Paulo Fernando - Fé e eficácia. O uso da sociologia na teologia da libertação. São Paulo:1991, 312p;
LIBÂNIO, João Batista – Teologia da Libertação. Roteiro didático para um estudo. São Paulo, 1987 – p. 173 – 231;
Costa, Maria Cristina Castilho – Sociologia: introdução à ciência da sociedade – São Paulo, Moderna, 1987;
De Morais, Clodomir Santos, Elementos Sobre a Teoria da Organização – IATTERMUND, Brasília, 198.
Bíblia de estudos Plenitude. Barueri – SP – Sociedade Bíblica do Brasil- 2002;
Johnson, Allan G. – Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica/ tradução, Ruy Jungman – Rio de Janeiro; Jorge Zahar, 1997.
Natal/RN – 18 de novembro de 2009.
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