Consultor: Rafael Jácome
Apesar da honrosa participação da África do Sul na Copa do Mundo, a sua seleção foi a primeira de um país sede a não passar para a fase seguinte. Lamentações à parte, este evento está despertando na humanidade a valorização da cultura mundial, principalmente a dos países africanos. É bonito ver o encontro de várias pessoas do mundo inteiro se interagindo, brincando, pulando, soprando as “gugunzelas” de som exurdecedor, comunicando-se em línguas diferentes.
A diversidade cultural é tão impressionante que sensibiliza até quem não gosta de futebol. Mas, é preciso ter também uma visão crítica da realidade dos países africanos, caracterizados pela contradição do belo e da miserabilidade, da ambiguidade entre ricos e pobres. A própria história da África do Sul é o maior exemplo: Um país marcado pela segregação racial e pelo estigma da soberania branca.
O mundo por muito tempo acompanhou a trajetória do aparthaid e sua filosofia de perseguição aos negros. Tudo era proibido, desde a utilização de banheiros públicos ao acesso as praias, pois os espaços dos brancos não podiam ser usados pelos negros. Nos anos 80 o mundo começou a perceber as aberrações deste sistema e ocorreram movimentos contrários a sua estagnação. Na Europa diversos artistas, cantores e bandas famosas do mundo, organizaram um grande evento no antigo estádio de Wimbledom na Inglaterra, com o título “FREE MANDELA”, em homenagem ao grande líder daquele país que estava preso. Repercutiu e assim iniciou-se uma grande campanha contra o aparthaid que culminou com sua queda.
Mas qual é a realidade hoje? O bispo negro Anglicano Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobre da Paz e uma das grandes vozes que se levantaram contra a segregação racial, continua defendendo os interesses das populações mais pobres. Além da sua atividade episcopal exerce uma grande influência na política sul-africana, através de suas duras críticas aos governantes, as ações contínuas de corrupção, a ineficácia para a resolução de problemas ligados a pobreza e com os recentes surtos de xenofobia.
Apesar do fim do apartheid o índice de pobreza é grande e ainda existe a proibição da presença de negros em alguns locais. Desmond Tutu critica a elite política pelo descaso e por tirar proveito da corrupção ativa.
Enquanto o mundo volta sua atenção para a maior competição futebolística, com apresentações de imagens fabulosas do continente africano e suas riquezas, esconde a realidade social, econômica, cultural e política de seus países que necessitam de políticas públicas que minimizem a pobreza e o estado de miserabilidade reinante neste grande continente.
JESUS TE AMA! Rafael Jácome
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