Irmão Rafael Jácome
Outro dia fui abordado por um irmão sobre a questão da fidelidade aos nossos relacionamentos, tendo em vista as notórias quedas de alguns crentes. Mostrando-se inquieto ou até mesmo interessado em obter algum depoimento contra os irmãos, busquei a serenidade fruto da minha relação com Deus e arremetei: “quando não mais existe o temor a Deus, somos capazes de tudo.”
Deixei-o atônito e de imediato citei o que diz Paulo em 2 Co 7.1: “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.” É verdade, caros amigos e irmãos em Cristo, de nada adianta se não tivermos o temor de Deus.
Certa vez minha noiva me procurou e disse: “filho, eu lhe amo muito e serei sempre sua e nunca lhe abandonarei.” Olhei para ela, dei um bom beijo, agradeci o amor e carinho e disse: “Certa vez um casal cristão jurou amor eterno, mas logo vieram as dificuldades, as conquistas e as decepções, numa luta comum em um relacionamento conjugal. Aos poucos eles foram focando em suas particularidades, nos seus objetivos íntimos que não apresentavam um ao outro, e o amor foi sendo deixado às margens do juramento. A unidade antes pregada deu espaço as vitórias pessoais e, com o tempo, o que Deus uniu o mundo separou. Eles perderam o temor de Deus.”
Quando trocamos o amor de Deus pelas coisas do mundo, perdemos o poder do discernimento das coisas dos Céus. E, se antes as pessoas viam em nós exemplos de homens sérios e servos do Pai Eterno, passam a nos questionar: “Porventura, não era o teu temor de Deus tua confiança, e a tua esperança, a sinceridade dos teus caminhos?” (Jo 4.6)
É triste quando sabemos que um irmão depois de anos de vivência do Evangelho, caiu na traição no seu relacionamento. Muitos se justificam, mas na verdade somos frutos das nossas escolhas e elas determinam no final, quando não mais existe o temor de Deus em nossas vidas. Isto para a sociedade pode aparecer normal, não para nós cristãos: “A tua malícia te castigará, e as tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que mau e quão amargo é deixares o Senhor, teu Deus, e não tereis o meu temor contigo, diz o Senhor Jeová dos exércitos.” (Jr 2.19)
Mas, voltando ao irmão, ele frisou que o caso da traição, ou melhor, do adultério foi por motivo sexual: O casal não mais se entendia. Ora, sabemos que entre outras coisas, o matrimônio tem o propósito de ser uma barreira contra a torrente do adultério, tendo em vista a ação da prostituição. Paulo foi enfático em suas respostas as perguntas acerca do casamento: 1Co.7.2 “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. 1Co.7.3 O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido. 1Co.7.4 A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. 1Co.7.5 Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência... 1Co.7.10 Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. 1Co.7.11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”
Sobre este trecho a Bíblia de Estudo Pentecostal cita: “No versículo 10 Paulo comenta que a vontade de Deus sobre o casamento é que ele seja permanente. Também mostra que, às vezes, o relacionamento conjugal se torna tão insuportável que é necessário os cônjuges se separarem. No versículo 11, portanto, Paulo não se refere ao divórcio permitido por Deus, causado por adultério (Mt 19.9), nem ao abandono de um cônjuge pelo outro. Pelo contrário, Paulo esta falando da separação sem divórcio formal. (...)É inaceitável que Paulo fosse favorável a não separação de um casal em que um dos cônjuges vive sempre a maltratar fisicamente o outro e a agredir os filhos.”
Creio meus amigos, a vida entre os cônjuges deve ser marcada pelo diálogo, na entrega e na convivência no amor, pois dispõe a forma de Deus para a satisfação do desejo. Deus é que criou o desejo sexual. Senti-lo não é algo pecaminoso ou satânico. Satanás não criou o desejo sexual; ele o usa — ou mais precisamente, abusa dele.
Portanto, saibamos discernir o que é de Deus, pois o bem dele provém já o Satanás nunca produziu algo bom. Seu objetivo pleno é destruir o que Deus criou para ser bom. Não devemos julgar ninguém, apenas orar para que encontrem a verdade e ela está em Jesus Cristo. “2Cr.19.7 Agora, pois, seja o temor do SENHOR convosco; guardai-o e fazei-o, porque não há no SENHOR, nosso Deus, iniqüidade, nem acepção de pessoas, nem aceitação de presentes. 2Cr.19.9 E deu-lhes ordem, dizendo: Assim, andai no temor do SENHOR com fidelidade e com coração inteiro.”
DEUS É FIEL! Rafael Jácome
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