segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

100 ANOS DO BAIRRO DO ALECRIM


NESTE ÚLTIMO MÊS DE 2010 EM HOMENAGEM AOS 100 ANOS DO BAIRRO DO ALECRIM, EDITO NOVAMENTE A MATÉRIA FEITA NO INÍCIO DO ANO. É UMA FORMA DE EXPRESSAR O CARINHO E O AFETO QUE TENHO POR ESSE BAIRRO MARAVILHOSO.



        O bairro do alecrim é talvez o pólo de maior viagem do município de Natal, devido a sua complexidade de unidade do gigantesco comércio, acessibilidade, residências, igrejas, feiras populares, escolas, camelôs, bares, cemitério e muito mais, que o transforma no mais visitado da capital. Devido a sua localização estratégica e da facilidade do acesso aos demais corredores de circulação viária da cidade, o bairro é o local que mais arrecada ICMS no estado, apesar da informalidade dos ambulantes.

        Os números são impressionantes: 6 mil empresas formalizadas, 60 mil empregos diretos e indiretos, 10 mil empresários, 12 milhões de pessoas circulam mensalmente pelo bairro e 40 linhas de ônibus passam diariamente pela região, segundo dados da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba), o Sr. Ailson Carvalho Feitosa.

         Um dos marcos da ocupação das terras que originaram o bairro do Alecrim foi a inauguração do cemitério público. Na época, raríssimas pessoas habitavam o descampado, constituído por roçados e algumas casinhas de taipa. Em 1929, foi traçado o Plano de Sistematização para expansão urbana da cidade, com avenidas e ruas largas.

           Em 1941, com a instalação da Base Naval, o bairro teve acelerado o seu processo de urbanização, quando se registrou um aumento da população com a vinda de pessoas do sertão e de outras regiões.

          A região tem como marca registrada o comércio de produtos populares, como sapatarias, lojas de tecidos, produtos agrícolas e barbearias que resistem ao tempo. Há bares e esquinas com jogo do bicho, uma tradição do lugar. Em 1980, foi erguido um “camelódromo” no trecho da avenida Presidente Bandeira. A desorganização e a falta de controle dos órgãos públicos para com estes comerciantes trouxeram o encadeamento de complicações urbanas como a desordem no sistema de trânsito do bairro, observada na falta de estacionamentos para os veículos e nos freqüentes acidentes nas suas ruas, estes causados, basicamente, pelas irregularidades das barracas que ocupam áreas impróprias para a prática do comércio – ruas e calçadas. No bairro também acontece uma das feiras mais tradicionais da cidade, além do mercado público.

          O bairro possui 22 escolas e seis equipamentos de saúde. Apresenta uma população de 32.356 habitantes e 8.650 domicílios particulares e está localizado na parte central do município de Natal. Cerca de 95% da sua população residem em casas, enquanto que apenas 3,78 % residem em apartamentos. De acordo com os setores censitários do IBGE (2000), uma grande parte desses domicílios são alugados.

           O bairro não apresenta problemas quanto à coleta de lixo, abastecimento de água e o escoamento do esgoto. A maioria dos imóveis está conectada à rede geral. Por ser um bairro central, apresenta uma rede de infra-estrutura eficiente.

            Ao se analisar a área de influência de acordo com os rendimentos, destaca-se que a região tem um rendimento nominal mensal médio de 4,86 SM, quase não havendo casos de pessoas responsáveis sem rendimento. Um fato importante a ser ressaltado é que a faixa de rendimento vai aumentando à medida que se afasta da linha férrea e se aproxima do bairro Tirol.

           O Alecrim tem três conjuntos habitacionais: da Marinha, da CEF e da CEF Santa Marta. Duas favelas ocupam as áreas de manguezal que pertencem à Marinha. Uma delas se chama “Formigueiro”, com uma população de 70 habitantes, com 16 unidades habitacionais e 18 famílias, e ocupa uma área situada na confluência das linhas Norte e Sul. A tipologia predominante é de casas de alvenaria de um pavimento, revestidas externamente, com cobertura em telha cerâmica em estado mediano de conservação.

           Próximo ao terreno da RFFSA (“Maconhão”), há edificações em mau estado de conservação, e também precários barracos em madeira. Representantes da Caixa Econômica Federal sinalizaram, em reuniões com dirigentes da CBTU e representantes do Ministério das Cidades, que esta área teria viabilidade para um empreendimento habitacional voltado para a população de baixa renda, exatamente devido a proximidade com as estações ferroviárias. São passíveis de aplicação neste terreno: Programa Pró-Moradia, Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH, Pat – PROSANEAR.

           A outra favela, um pouco maior, é chamada de “Ocidental de Baixo”, com uma população de 381 habitantes, 127 unidades habitacionais e 127 famílias. Apenas 1,4 % da população do bairro mora em favelas, apresentando em média 3,15 moradores por unidade habitacional.

            O que a população espera dos gestores municipais é a implantação de equipamentos voltados para a educação, saúde, cultura, esporte e lazer, redes de coleta e de lixo melhorando a qualidade de vida, elevando os baixos índices de escolaridade e renda.

            A importância do bairro do alecrim para a cidade de Natal é imensa. É evidente que os gestores públicos municipais não contribuem na devida proporção com um crescimento organizado da região. Geralmente nos seus planos de governo esquece-se de criar políticas voltadas para o bem estar social.

DEUS É FIEL!                             Rafael Jácome

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