Por Rafael Jácome
Esta semana quando falei com um amigo sobre o papel do apóstolo Paulo e o apresentei como o primeiro pensador dialético da história da Teologia Cristã, o cara ficou louco, mandou que eu procurasse aonde estava escrito tal coisa na Bíblia e que eu estava misturando as coisas. Por fim, ele deixou claro: "Isto é coisa de comunista, você é um cristão!"
Aprendi que em alguns momentos é melhor silenciar, porém, não consegui segurar minha língua e larguei: "Companheiro, estou falando de Paulo enquanto consolidador do pensamento cristão. Não é absurdo, é discernimento que Jesus proporcionou a ele,para encaminhar uma nova postura de vivência evangélica nas primeiras comunidades cristás." Desta forma, solicitei ao amigo para ele lêr este texto blogado em 18 de abril de 2010, e que coloco para meus leitores.
domingo, 18 de abril de 2010
APÓSTOLO PAULO O PRIMEIRO PENSADOR DIALÉTICO DA HISTÓRIA DA TEOLOGIA CRISTÃ
domingo, 18 de abril de 2010
APÓSTOLO PAULO O PRIMEIRO PENSADOR DIALÉTICO DA HISTÓRIA DA TEOLOGIA CRISTÃ
Irmão Rafael Jácome
Indiscutivelmente o apóstolo Paulo foi um dos grandes construtores da expansão
da teologia cristã. No seu histórico de perseguidor da Igreja de Deus com
frenesi, tentando destruí-la a fiel escudeiro da sua doutrina dos “libertos da
lei”, ele transformou a realidade das primeiras comunidades cristãs. Tarefa
árdua e conflitante tendo em vista que ele pregava para todos, em especial para
os gentios, oferecendo a condição de poderem se tornar cristãos e juntarem-se a
casa de Israel sem guardar as leis judaicas.
Israel tinha na lei o seu alicerce, não obedecê-la era uma ofensa grande aos
costumes judaicos. Paulo com ousadia declarou que os gentios não deveriam
preocupar-se com ela, mas como então conscientizar-los da necessidade do
evangelho? Estas duas frentes marcaram a luta do apóstolo que teve de realizar
algumas proezas de sofismas intelectuais, tornando-se desta maneira o primeiro
pensador da história dialética da teologia cristã.
Paulo teve o seu encontro com Jesus Ressuscitado onde lhe foi revelado sua
missão, mas teve que esperar por 14 anos para confrontar suas idéias com os
assim denominados “Colunas de Jerusalém” (Pedro, Tiago e João). A sua viagem
teve o propósito de “colocar perante eles o evangelho que prego entre os
gentios, para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão” (Gl 2.1-2).
Apesar da revelação de Deus para Paulo, ele precisou de tempo para sedimentar
seu entendimento e a forma como trabalhar as implicações de sua lógica no seu
próprio sentido de missão.
Paulo recorria das suas experiências para absorver sua missão. Em sua unidade
com Jesus, no discernimento do Espírito Santo, ele consolidava sua pregação do
evangelho aos gentios. Tal fato é um exemplo evidente da nossa tese que é a
ATIVIDADE QUE CAPACITA O SUJEITO. Isto resultou que proclamando sua mensagem,
ela passaria a converter outros gentios, num claro convite divino para que
todas as nações se juntassem à casa de Israel e sem precisar ser circuncidados
para sentarem-se à mesa com os “santos”. Além disto, esta liberdade da lei
construiu na teologia paulina uma visão dual do mundo e da existência humana de
maneira que todos os assuntos legais poderiam ser classificados como anteriores
e, portanto inferiores ao mundo da existência cristã.
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