Por Rafael Jácome
Fonte: Extraído do Livro A águia e a galinha
Leonardo Boff
Fonte: Extraído do Livro A águia e a galinha
Leonardo Boff
Toda colonização – seja a
antiga, pela invasão dos territórios, seja a moderna, pela integração forçada
no mercado mundial – significa sempre um ato de grandíssima violência. Implica
o bloqueio do desenvolvimento autônomo de um povo. Representa a submissão de
parcelas importantes da cultura, com sua memória, seus valores, suas
instituições, sua religião, à outra cultura invasora. Os colonizados de ontem e
de hoje são obrigados a assumir formas políticas, hábitos culturais, estilos de
comunicação, gêneros de música e modos de produção e de consumo dos
colonizadores. Atualmente se verifica uma poderosa "hamburguerização"
da cultura culinária e uma "rockiquização" dos estilos musicais. Os
que detêm o monopólio do ter, do poder e do saber, controlam os mercados e
decidem sobre o que se deve produzir, consumir e exportar. Numa palavra, os
colonizados são impedidos de fazer suas escolhas, de tomar as decisões que
constróem a sua própria história.
Tal processo é profundamente
humilhante para um povo. Produz sofrimentos dilaceradores. A médio e a longo
prazo não há razões, quaisquer que sejam, que consigam justificar e tomar
aceitável tal sofrimento. Aos poucos ele se torna simplesmente insuportável. Dá
origem a um antipoder. Os oprimidos começam a "extrojetar" o opressor
que forçadamente hospedam dentro de si. É o tempo maduro para o processo de
libertação. Primeiro, na mente. Depois, na organização, Por fim, na prática.
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