
Na última eleição para prefeito e vereadores no Brasil, 2016, os partidos de esquerda tiveram um desempenho pífio, minoritário e determinada pelo “fim de ciclo”. Sua principal consequência foi a vitória eleitoral da direita, com o aparecimento inédito de forças da extrema-direita nas Câmaras Municipais e na vida política das cidades. Na avaliação do segmento de esquerda, este crescimento foi de responsabilidade do PT que durante 13 anos governou o Brasil e frustrou as expectativas de milhões, sobretudo por seu envolvimento em escândalos de corrupção, alianças partidárias da burguesia e associação com as grandes empreiteiras do país.
E a frustração e decepção do PT atingiu os demais partidos de esquerda ao desacreditar a possibilidade de uma alternativa ao regime do capital e à política tradicional. Em Natal não foi diferente: os partidos deste segmento tinham sete vereadores que cumpriam mandato: Fernando Lucena (PT), Hugo Manso (PT), Sandro Pimentel (PSOL), Marcos Antonio (PSOL) e Maurício Gurgel (PSOL), George Câmara (PC do B) e Amanda Gurgel (PSTU), porém, foram renovados apenas três: Fernando Lucena e Natália Bonavides do PT e Sandro Pimentel do PSOL.
O cenário político atual indica que dificilmente haverá mudança neste quadro, mesmo com a saída do vereador Maurício Gurgel do PSOL (filiou-se ao PV), o PT deverá continuar com os seus dois representantes e o terceiro mandato poderá vir do PC do B com a vinda da vereadora Júlia Arruda que, convenhamos, não tem feeling nenhum com o comunismo. Com tudo isto podemos concluir: se os próprios partidos de esquerda culpam o PT por este ostracismo, significa dizer que o fim chegou a Natal.
Com o clima até o momento de apatia, de nenhuma comoção e a rejeição ao conjunto dos “políticos” somada à indignação, tenderá a um abstencionismo expressivo na votação. O não comparecimento do eleitorado as urnas dificultará, ainda mais, uma renovação no quadro de vereadores dos partidos de esquerda.
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