
REDAÇÃO GALILEU
Um dos principais sinais da Covid-19 é a perda temporária de olfato: cerca de 65% dos pacientes com a doença apresentam esse sintoma ou a perda de paladar. Um novo estudo conduzido por neurocientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiu identificar as células olfativas mais vulneráveis ao Sars-CoV-2 – e sugere que, na maioria dos casos, é improvável que a infecção pelo novo coronavírus cause a incapacidade permanente de sentir cheiros.
Como as descobertas indicam que o novo coronavírus não afeta os neurônios diretamente, os cientistas acreditam que a maioria das pessoas que perdem o olfato ao terem Covid-19 devem recuperar esse sentido. "Acho que é uma boa notícia, porque uma vez que a infecção desaparece, os neurônios olfativos aparentemente não precisam ser substituídos ou reconstruídos do zero", disse Sandeep Robert Datta, coautor do estudo e professor associado de neurobiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, em um comunicado. O especialista, no entanto, aponta que é preciso coletar mais dados e fazer mais pesquisas para confirmar essa hipótese.
Com as descobertas, Datta e sua equipe acreditam que a perda de olfato relacionada à Covid-19 ocorre por uma perda temporária da função das células de suporte no epitélio olfatório, o que indiretamente provoca alterações nos neurônios sensoriais olfativos. "No entanto, ainda não entendemos bem o que são essas alterações", admitiu o especialista.
De acordo com o cientista, embora a perda de olfato pareça um "fenômeno curioso", ela pode ter efeitos devastadores para as pessoas que sofrem com ela. "Ela pode ter consequências psicológicas sérias, e pode ser um problema de saúde pública muito grave se tivermos uma população cada vez maior que tenha perdido o olfato permanentemente", observou.
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