sábado, 24 de outubro de 2020

O casamento gay, o Papa, o clero, os fiéis: o vexame de Francisco

 


Fonte: Corriere Della Sera - di Gian Guido Vecchi
Adaptação e Tradução: Rafael Jácome 

A declaração   do Papa Francisco sobre a questão da união legal para casais do mesmo sexo causou mal-entendidos. Apesar de não ser oficial, mas, dada em uma entrevista onde criou uma grande confusão entre os fiéis que estão totalmente perdidos: o que quis dizer o Papa? Possível? Por que não se expressa com clareza?
São declarações como estas que geram transtornos nas comunidades cristãs. Isso não é bom, as autoridades eclesiástica devem ser cautelosas e claras, principalmente nestes tempos delicados. Ao ler a entrevista não acreditei, procurei os jornais italianos e constatei que de fato o pronunciamento ocorreu.
As suas declarações correram o mundo inteiro, e, dentro da própria igreja romana cardiais se pronunciaram contra o Papa, como por exemplo, o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, 73, teólogo e curador da obra omnia de Ratzinger, e que foi nomeado prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé por Bento XVI em 2012 e permaneceu no cargo até 2017. Ele afirmou: “É um problema de confusão, no mundo agora se diz "o Papa abençoa as uniões homossexuais, ele não disse, mas essas são as consequências. Ele deveria ter mais cuidado. não falou em casamento, ele disse que o reconhecimento legal seria necessário para casais do mesmo sexo, uniões civis ... E qual é a diferença, afinal? Em muitos estados, as chamadas uniões têm sido apenas a premissa para o reconhecimento dos casamentos gays. É por isso que muitos fiéis estão perturbados, pensam que estas palavras seriam apenas o primeiro passo para uma justificação das uniões homossexuais, para a Igreja, e isso não é possível ». 
Sempre um fervoroso apoiador Papal, o Cardeal Gerhard Ludwig ressaltou: “Mas o Papa não está acima da Palavra de Deus, que criou o homem e a mulher, o casamento e a família. Sou um cardeal e estou sempre do lado do Papa, mas não em todas as condições. Não é lealdade absoluta. A primeira lealdade é para com a Palavra de Deus, o Papa é o Vigário de Cristo, ele não é o Cristo. E eu acredito em Deus ». O Cardeal ainda deixou claro que a posição da igreja é contra o reconhecimento do casamento gay e que na Sagrada Escritura não fala de união civil e tudo não passa de um sofismo: “Desde o início da Escritura, em Gênesis, é dito que Deus criou o homem e a mulher. Jesus lembra aos fariseus: o homem se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne. Por esta razão, o único casamento possível é entre um homem e uma mulher e as relações sexuais são reservadas exclusivamente para o casamento. Não queremos condenar as pessoas com tendências homossexuais, pelo contrário, devem ser acompanhadas e ajudadas: mas segundo as condições da doutrina cristã. A Palavra de Deus é válida para todos os tempos. E ele fala da lei moral natural. A constituição antropológica não é respeitada nesta nova antropologia LGBT: dizem que não há natureza humana definida, homem e mulher, e o sexo seria apenas uma construção ideal, com todas as consequências do caso, incluindo o direito de mudá-la. Mas não há futuro para a humanidade sem reconhecer a complementaridade entre homem e mulher, os dados biológicos e psíquicos, relação que está na base da cultura humana. O Papa é também o primeiro intérprete do direito natural: por que intervém nestas questões de Estado sem enfatizar a dimensão do direito natural? ”.

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