Por Rafael Jácome
A encantadora Cidade Alta está com seus dias traçados, diante de um cenário avassalador de abandono, desprezo e inviabilidade econômica para os seus investidores e empresários. Com as lojas fechando por falta de clientes e incentivo governamental aos lojistas e com as ruas tomadas pelos “moradores de ruas”, concentrados nas principais vias de acesso ao comércio, o fenômeno RIBEIRA (bairro tradicional de Natal onde o comércio praticamente não mais existe), torna-se iminente o medo da falência nos comerciantes e a perda de seus empregos nos comerciários e em todos que fazem parte da cadeia produtiva.
Na Cidade Alta estão localizados o relutante comércio, o centro bancário, calçadões e alguns cafés tradicionais, além da Prefeitura, Assembleia Legislativa, Catedral Metropolitana de Natal, Museu de Arte Sacra, Museu Café Filho, Antiga Catedral Metropolitana, Capitania das Artes, Memorial Câmara Cascudo, Palácio Felipe Camarão, Solar Bela Vista, OAB, Conselho Municipal de Saneamento Básico e SENAC, entre outras instituições. Possui seis equipamentos de saúde, três municipais, dois filantrópicos e um sindical, além de várias escolas.
A Cidade Alta, embora sendo mais comercial do que residencial, abriga 1.809 domicílios particulares permanentes, uma população residente de 6.692 habitantes e uma densidade demográfica de 71,12 hab/ha. O valor do rendimento nominal médio da região é de 6,49 salários mínimos. A população de mais baixa renda está localizada às margens do Rio Potengi e cerca de 25,23 % dos chefes dos domicílios ganham de um a três salários mínimos, 17,54 % de cinco a dez salários mínimos e 12,58 % de três a cinco salários mínimos.
Para o senhor José Domingues, morador antigo do centro da cidade, o medo do fechamento de lojas é um grande tormento: “é tudo muito triste, não consigo caminhar e aceitar tantas lojas fechadas – vejo o mesmo fenômeno da Ribeira acontecendo aqui.” Segundo Maria do Rosário, “tem medo de ir à igreja e ser assaltada por um destes moradores de rua. O dia inteiro eles ficam reunidos em bandos nas praças, bebendo e abordando as pessoas. É tudo muito perigoso!”.
Enquanto isto, a Cidade Alta está perdendo o fôlego do encanto e da beleza natural que lhe foi sempre peculiar.
By Rafael Jácome
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