Fonte: Comentário Bíblico Moody
A expressão, "anos silenciosos", freqüentemente empregada para descrever o período entre o Velho e o Novo Testamentos, é inapropriada. Embora nenhum profeta inspirado se levantasse em Israel durante esses séculos, e o Velho Testamento fosse considerado completo, houve acontecimentos que deram ao Judaísmo sua ideologia particular e providencialmente prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu Evangelho.
Supremacia Persa
Durante cerca de um século após o período de Neemias, o Império Persa controlou a Judéia. O período foi relativamente tranqüilo, pois os judeus tiveram permissão de seguir suas instituições religiosas sem serem molestados. A Judéia era governada pelos sumo sacerdotes, que eram responsáveis diante do governo persa, fato que garantiu aos judeus uma grande medida de autonomia e degradou o sacerdócio a um cargo político. Inveja, intrigas e até mesmo assassinatos desenvolviam o seu papel nos concursos para ocupar a posição de sumo sacerdote. Conta-se que Joanã, filho de Joiada (Nee. 12:22), matou seu irmão Josué no próprio Templo.
Joanã foi substituído do seu cargo de sumo sacerdote por seu filho Jadua, cujo irmão Manassés, de acordo com Josefo, casou-se com a filha de Sambalá, governador da Samaria, e estabeleceu um santuário no Monte Gerizim, que ocuparia no coração dos samaritanos um lugar comparável ao do amor que os judeus tinham pelo Templo de Jerusalém Malaquias (Comentário Bíblico Moody) 18 (cons. Jo. 4:20). Embora este santuário fosse destruído durante o reinado de João Hircano (134-104 A.C.), o Monte Gerizim continuou a ser considerado como o monte santo dos samaritanos, até os dias de hoje. Os detalhes na obra de Josefo não são históricos, mas o estabelecimento de um templo rival nessa época é coisa que realmente aconteceu.
A Pérsia e o Egito estavam em constante luta durante este período, e a Judéia, situada entre as duas nações, não podia escapar de ser envolvida. Durante o reinado de Artaxerxes III (Ochus) muitos judeus foram envolvidos em uma revolta contra a Pérsia. Foram deportados para a Babilônia e para as praias do Mar Cáspio.
Durante o século quinto A.C, uma colônia judia foi organizada na Ilha Elefantina, junto à primeira queda d’água do rio Nilo, perto da atual Aswan. Contrariando a lei mosaico, esses colonos edificaram um templo e adoraram outros seres divinos (por exemplo, Eshem-bethel; Herem-bethel; Anath-bethel) além do Deus de Israel. Essas divindades podem realmente ser identificadas com o Deus único do Judaísmo ortodoxo daquela época, mas justamente a sua existência prova a tendência para o sincretismo. Considerando que os colonos elefantinos tinham negócios com os samaritanos e também com os judeus, eles não permaneceram no curso principal da vida religiosa de Israel.
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