quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

COMÉRCIO DO SAGRADO: DESVIOS E IMPLICAÇÕES

Por Rafael Jácome



                Os Meios de Comunicações destacam a prática atual nas igrejas cristãs, principalmente as evangélicas, de viver ansiosamente no imediatismo salvífico, numa espécie de filosofia do presente. Os problemas sociais vivenciados pelos fiéis, frutos da falência ou ineficiência dos mecanismos governamentais, tais como saúde, educação, habitação, emprego,... levam as pessoas a buscarem na religião uma proposta de solução “aqui e agora”, como é apresentada por algumas igrejas.

                 Neste contexto as pessoas apostam tudo o que possuem e até o que não possuem, para ter uma mudança de vida. Assim surgem algumas igrejas baseadas na Teologia da Prosperidade, destacando e relacionando esta “mudança de vida” pela forte influência do comércio religioso de bens simbólicos, mediado pela igreja e coordenado por seu responsável (pastor ou líder).

                 Mesmo ocorrendo uma conversão genuína, o novo convertido muitas vezes é manipulado, submetendo-se a “autoridade” do especialista da igreja. Entretanto, geralmente ocorrem divergências entre a realidade desejada, as pretensões do novo convertido e a Vontade de Deus. Nestas igrejas a “espiritualidade de mercado” conduz ao engano, confunde a alma e a espiritualidade comercializada torna-se uma grande idolatria.

                 Temos acompanhados o aumento substancial de evangélicos em todas as regiões brasileiras, entretanto é “questionada” a qualidade e a essência de suas vivências evangélicas no cotidiano. Os alicerces são construídos de formas aleatórias voltados para o imediatismo e a superabundância divina. É lamentável o envolvimento de tantos líderes evangélicos em manobras financeiras, aliás, o que é visto no grande império católico romano, é também presenciado nas demais igrejas. Não que o crente não tenha uma boa preparação em sua experiência inicial com Deus, mas ela é camuflada pela glória do TER.

                   Os falsos mestres e os perigos da riqueza – “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (1 Tm 6.3-10)

 
                              

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