Por Rafael Jácome
Fonte: Apostilas da FIC
Fonte: Apostilas da FIC
O vocábulo
didática deriva da expressão grega techné
didaktiké, que se traduz por arte ou técnica de ensinar. Enquanto adjetivo
derivado de um verbo, o vocábulo referido origina-se do termo didásko cuja formação lingüística –
note-se a presença do grupo sk dos
verbos incoativos – indica a característica de realização lenta através do
tempo, própria do processo de instruir.
Como o Mestre
Jesus, observemos cuidadosamente uma criança para aprender dela o que vem a ser
a educação. Sim, porque a educação no seu sentido mais largo abarca todos os
passos e processos pelos quais o Infante gradativamente é transformado num
adulto inteligente e bem desenvolvido.
Consideremos a
criança. Tem ela um corpo humano completo, com olhos, mãos e pés – todos os
órgãos do sentido, da ação e da locomoção – e, não obstante, está ali inerme –
sem meios de defesa – desajudada no seu berço. Ri, chora, sente. Tem os
atributos dum adulto, mas não os poderes dele. Em que o bebê
difere do adulto? Só no fato de ser um bebê. Tem corpo e membros pequenos,
frágeis e sem uso voluntário. Seus pés não podem andar; as mãos, sem
habilidade; seus lábios não falam. Seus olhos vêem, mas não percebem; e seus
ouvidos não entendem. O universo no qual acaba de entrar e que o rodeia é para
ele coisa misteriosa e desconhecida.
Maior
consideração e estudo nos aclaram que a criança é apenas um germe – não tendo
ainda o crescimento que lhe é destinado – e é Ignorante – sem idéias
adquiridas.
Sobre esses dois
fatos descansam os dois conceitos da educação. Primeiro o desenvolvimento das
capacidades; segundo, a aquisição da experiência. Aquele é a maturação do corpo
e da mente. E este, o processo de fornecer à criança a herança da raça.
Cada um desses
fatos – a imaturidade da criança e a sua ignorância – devem servir de base à
ciência da educação. O primeiro enfatizará as capacidades do ser humano, bem
como a ordem em que se desenvolvem e as suas leis de crescimento e ação. O
segundo abarcará o estudo dos vários ramos do conhecimento humano, e como são
descobertos, desenvolvidos e aperfeiçoados. Cada uma dessas ciências
necessariamente inclui a outra, assim como o estudo dos poderes inclui o
conhecimento dos seus produtos, assim como o estudo dos efeitos abarca uma
revisão das causas.
Baseando-se
nessas duas formas da ciência educacional podemos ver que a arte da educação é
dupla: a arte de exercitar e a arte de ensinar. Uma vez que a
criança mostra-se imatura no uso de todas as suas capacidades, vê-se que o
primeiro passo na educação é exercitá-la no sentido de desenvolver inteiramente
essas capacidades. Tal preparo deve ser físico, mental e moral.
Visto que a
criança é ignorante, a educação deve comunicar-lhe a experiência da raça. Esta
é propriamente a obra ou a função do ensino. Vista a esta luz, a escola é uma
das agências de educação, uma vez que continuamos por toda a vida a adquirir
experiência. Então, o primeiro objetivo do ensino é estimular ou criar no aluno
o amor ou a vontade de aprender, e formar nele hábitos e ideais de estudo
independente.
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