Por Rafael Jácome
Fonte: Apostilas da FIC
Fonte: Apostilas da FIC
Para Sócrates o
saber não é algo que alguém (o mestre) transmite à pessoa que aprende
(discípulo). O saber, o conhecimento, é uma descoberta que a própria pessoa
realiza. Conhecer é um ato que se dá no interior do indivíduo. A função do
mestre, segundo Sócrates, é apenas ajudar o discípulo a descobrir, por si
mesmo, a verdade.
O método
socrático foi denominado de ironia, e
em dois momentos: a refutação e a maiêutica.
Na refutação, Sócrates levantava objeções
às opiniões que o discípulo tinha sobre algum assunto e que julgava ser a
verdade. De objeção em objeção, o aluno ia tentando responder às dúvidas
levantadas por Sócrates até que, se contradizendo cada vez mais, admitia sua
ignorância e se dizia incapaz de definir o que até há pouco julgava conhecer
tão bem. Essa etapa do método tinha como objetivo libertar o espírito das
opiniões, pois segundo Sócrates a consciência da própria ignorância é o
primeiro passo para se encaminhar na busca da verdade.
Tendo o
discípulo tomado consciência de que nada sabia, Sócrates passa então para a
segunda parte de seu método, que ele mesmo denominou maiêutica. Partindo do
conhecido para o desconhecido, do fácil para o difícil, Sócrates vai fazendo a
seu discípulo uma série de perguntas que o leva a refletir, a descobrir e a
formular as próprias respostas.
Sócrates
comparava esse trabalho ao de sua mãe que era parteira, pois, da mesma forma
que ela ajudava as mulheres a dar à luz seus filhos, ele ajudava seus
discípulos a dar à luz as idéias. Daí o nome que atribui a seu método, pois, em
grego, a palavra maiêutica designa o
trabalho da parteira.
Um exemplo
clássico da maiêutica socrática
aparece no diálogo Menon, escrito por
Platão, que foi discípulo de Sócrates. Nesta obra, Platão nos mostra um diálogo
de seu mestre com um jovem escravo, no qual ele ajuda o escravo a descobrir,
por si mesmo, algumas noções de geometria.
Sócrates
afirmava que os mestres devem ter paciência com os erros e as dúvidas de seus
alunos, pois, é a consciência do erro que os leva a progredir na aprendizagem.
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