Por Rafael Jácome
A influência das crenças foi fundamental para o
pensamento humano e formação da cultura mundial, onde entre as suas principais
características marcantes é o fato da efetivação do dualismo – Doutrina que
admite a coexistência de dois princípios opostos entre si: o bem e o mal, a alma
e o corpo, a paz e a guerra, o amor e o ódio, o espírito e a matéria, a verdade
e a mentira, o certo e o errado,... Mas
quem será capaz de definir o que é o certo ou o errado na humanidade? Os
deuses. O homem na terra decide conforme
suas leis, mas tudo é fruto das ações dos deuses. Na religião persa, vemos tal doutrina desenvolvida ao extremo. A tal
ponto que o mal é considerado um anti deus. Segundo o Dicionário Teológico de
Andrade o dualismo era bastante presente na cultura grega e um exercício
praticado pelas várias correntes do pensamento grego que buscavam distinguir o
material do espiritual. Nesse labor, os estóicos chegaram às raias da
insensatez. O filósofo Epítecto, por exemplo, considerava o corpo o maior
entrave para o desenvolvimento integral das faculdades espirituais. Num de seus
escritos, anseia pelo dia em que será liberado da carne para sublimar-se no
ideal.
Atualmente
vivemos uma época de crise que envolve os diversos aspectos da nossa vida –
crise econômica, crise política, crise da ciência, crise dos sentimentos, crise
das idéias,... Em suma, o homem está em crise:
“viver um momento de crise significa viver um
momento de mudanças, de contrastes, de busca de soluções, de substituição de um
mundo de incertezas por outro, onde os valores sociais anteriores, já sem
significação, não respondem aos nossos anseios. É todo um processo de
transformação integral, e tão rápidas e tão profundas são as transformações que
nos sentimos muitas vezes abalados. Nossas idéias e sentimentos são a todo
instante questionados, muitas vezes sentimos tristeza, desânimo, apatia – é
como se nos faltasse uma integração interior, como se nosso centro de força não
mais nos pertencesse: está sempre fora, nos padrões e valores que, espera-se,
cumpramos satisfatoriamente. No entanto, esses padrões e valores perderam o
sentido, como que se esvaziaram, e ainda não existem outros para substituí-los.
É natural que tal situação provoque medo por toda a insegurança e ansiedade que
gera e por tudo que pode trazer de novo, e o novo sempre assusta... Se
pudéssemos com se fossemos os senhores dos nossos destinos, precisaríamos tanto
temer a vida?”(Aquino, Rubim Santos Leão de, História das sociedades: das
comunidades primitivas às sociedade medievais – Livro Técnico, 1980 )
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